A maior dificuldade da humanidade ao longo da história nunca foi lidar com uma nova descoberta, uma nova ferramenta ou um novo conhecimento.
O grande desafio sempre foi lidar com outro ser humano.
Somos seres complexos, com uma necessidade inquestionável de viver em sociedade, mas, ao mesmo tempo, com características completamente diferentes uns dos outros. Por isso, o convívio entre as pessoas pode ser marcado por conflitos.
Todavia, as diferenças não são apenas fonte de dificuldades. Neste artigo, vamos compreender por que as diferenças existem, quais são as vantagens que elas oferecem e como podemos lidar melhor elas. Preparado?
Por que somos tão diferentes?
Cada ser humano é único. Por mais que estejamos povoando a Terra aos bilhões, ninguém é igual a ninguém. Cada indivíduo é resultado da constituição genética que herdou das gerações passadas (altura, peso, cor da pele etc). Além disso, é também um produto do lugar em que nasceu, da educação que recebeu, das pessoas com quem convive, da profissão que exerce, dos livros que lê, dos filmes a que assiste, das conversas que protagoniza, enfim, de toda e cada experiência que ocorre na vida.
Diante dessa pluralidade de variáveis, é claro que as pessoas serão diferentes entre si. Isso se vê na personalidade de cada um, nas crenças, nas opiniões, nas preferências, nos costumes, enfim, nas palavras e nas atitudes do dia a dia. As diferenças fazem parte do mundo em que vivemos, o que não seria diferente na nossa espécie.
Sermos diferentes é bom ou ruim?
Um olhar superficial automaticamente nos leva à crença de que lidar com as diferenças é difícil. Em parte, isso é verdade. Se as pessoas têm crenças e costumes diferentes, automaticamente acreditam que a sua maneira de viver é a melhor. Isso pode gerar conflitos nos grupos dos quais fazemos parte: na família, na escola, na faculdade, no local de trabalho, na vizinhança, e por aí vai.
Essas diferenças são fontes de conflito quando uma pessoa quer impor a sua opinião aos demais, desrespeitando a individualidade de cada um. Sem um pouco de diplomacia e respeito, as divergências se transformam em conflitos.
Mas então, por que somos diferentes? Há uma razão bem clara e positiva para isso. Você já imaginou como seria o mundo se todas as pessoas fossem ruivas, de personalidade calma e com aptidão para as finanças? Ninguém teria outras características físicas, outros traços de personalidade e outras habilidades. Que chato seria!
A verdade é que, se as diferenças são motivo de conflito em alguns contextos, elas também são o que nos fortalece enquanto sociedade. As nossas diferenças de hábitos, conhecimentos, características físicas e personalidade são o que nos complementam. Um grupo é muito mais forte quando os seus membros têm competências distintas do que quando todos fazem a mesma coisa, não acha? Portanto, por mais que sejam desafiadoras, as diferenças são muito necessárias!
Como conviver bem com as diferenças?
Se as diferenças são importantes para a vida em sociedade, é necessário ressaltar que isso só funciona quando as pessoas aprendem a conviver bem com elas. Mas como fazer isso? Há 4 elementos essenciais para que isso ocorra.
1. Autoconhecimento
O autoconhecimento é o processo pelo qual uma pessoa conhece as suas próprias características. Entre elas, citamos os traços predominantes da sua personalidade, as suas habilidades, os seus conhecimentos, os seus hábitos, as suas preferências, as suas forças individuais e também os seus pontos de melhoria.
Quando uma pessoa conhece melhor a si mesma, ela descobre como pode fazer a sua parte e ajudar os grupos dos quais faz parte. Além disso, olhando para o próprio umbigo, ela certamente pensa duas vezes antes de criticar o outro e cobrar dele aquilo que nem ela mesma é capaz de dar.
2. Empatia
O segundo elemento para conviver bem com as diferenças é a empatia. Ser empático significa colocar-se mentalmente e momentaneamente no lugar do outro. Isso permite que você imagine como você pensaria, sentiria, falaria e agiria se estivesse na situação da outra pessoa.
Esse exercício nos leva a agir em direção ao outro da mesma maneira como gostaríamos que agissem conosco se estivéssemos naquele contexto. Dessa forma, esse gesto nos aproxima, desenvolve a sensibilidade, favorece a conexão e evita a postura de julgar o outro. Assim, muitos conflitos são prevenidos ou mais facilmente solucionados.
3. Respeito e tolerância
Respeitar e tolerar o outro também é fundamental para que possamos lidar com as diferenças. Isso significa que você não precisa concordar com tudo aquilo que os outros dizem, afinal de contas, isso seria impossível. Contudo, tem a obrigação de respeitar o outro e de permitir que ele seja como ele é (desde que isso não seja prejudicial a ninguém, é claro).
Além disso, respeitar e tolerar significa manifestar opiniões diferentes, e até mesmo contrárias às das outras pessoas, mas fazer isso sem impor a sua opinião e sem ofender ninguém. Significa, por fim, compreender que, em alguns momentos, a sua vontade prevalecerá, mas que, em outros, você precisará ceder. É um jogo de equilíbrio.
4. Disposição para aprender com o outro
Por fim, outro pilar bastante interessante de saber conviver com as diferenças é manter a mente aberta. As pessoas frequentemente se mantêm na crença superficial de que a diversidade é um risco. No entanto, como identificamos no início deste artigo, as diferenças são necessárias e enriquecedoras aos grupos dos quais fazemos parte.
Por isso, adquirir essa consciência nos torna mais receptivos à ideia de que podemos ensinar e aprender uns com os outros e que isso nos fortalece enquanto sociedade. Portanto, se você leu este artigo até aqui, saiba que já está no rumo para conviver melhor com os demais!
Conviver com as diferenças não é fácil, mas pode ser positivo e necessário. Com autoconhecimento, empatia, respeito, tolerância e disposição para aprender com o outro, todos nós temos muito mais a ganhar do que a perder. Faça a sua parte e aproveite!
E você, querida pessoa, lida bem com as diferenças entre as pessoas ao seu redor?
José Roberto Marques
Com experiência de mais de 30 anos em treinamentos comportamentais, é um dos pioneiros em Coaching no Brasil e um dos maiores e mais requisitados Master Coaches do nosso país.