A política está morrendo. E o culpado tem nome: algoritmo
Por Administrador
Publicado em 25/05/2025 11:32 • Atualizado 25/05/2025 11:39
Cidadania e política

A política, que um dia se fez no calor da praça pública e no embate de ideias, hoje agoniza diante da frieza dos dados. A digitalização trouxe alcance e  velocidade, mas também entregou a mediação do debate a plataformas que   priorizam engajamento, não argumentação.

É nesse cenário que o livro Big Tech: A Ascensão dos Dados e a Morte da Política, de Evgeny Morozov, se torna leitura essencial. Ele denuncia o solucionismo tecnológico, a falsa ideia de que problemas sociais podem ser resolvidos apenas com dados e eficiência. Ao aplicar essa lógica à política, criamos um paradoxo perigoso: o debate democrático é substituído por decisões algorítmicas, rápidas e opacas.

O algoritmo não debate, ele decide. E quando os dados tomam o lugar do diálogo, a democracia perde a voz.

No Brasil, a situação é ainda mais grave. A polarização digital criou bolhas ideológicas alimentadas por sistemas que recompensam a radicalização. A disputa por atenção virou espetáculo. E o ódio, infelizmente, engaja mais do que propostas.

Na lógica das plataformas, o que viraliza não é o que é verdadeiro, mas o que te mantém indignado.

Em minha obra Brasil Digital nas Entrelinhas da Polarização Política, mostro como as redes deixaram de ser ferramentas de expressão e viraram campos de manipulação emocional. A desinformação não é acidente, é estratégia.

A política não pode ser reduzida a cliques e curtidas. Quem governa pela métrica abdica do projeto e abraça o espetáculo.

Precisamos urgentemente recolocar a política no centro. Regular plataformas, sim. Mas, acima de tudo, resgatar o valor do debate público, com divergência, humanidade e responsabilidade.

 

Alek Maracajá 

 

Empreendedor há 22 anos. Formação em Processamento de Dados e Publicidade. Pós em Gestão HSM, Pós Bigdata. Fundador da ATIVAWEB, 22 anos de atuação em marketing digital e desenvolvimento. Fundador da ABRADI-PB - Associação Brasileira dos Agentes Digitais - Paraíba PB. Diretor Nacional de Expansão da ABRADI BRASIL. Membro da ABCOP - Associação Brasileira de Consultores Políticos. Membro da CAMP - Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político. Colunista do portal Administradores. Autor do livro Brasil Digital. 

 

Para pensar:

A palavra política vem de politéia, vocábulo grego, e era utilizada para falar dos assuntos associados a polis (Cidade-estado) e à vida comunitária. Política envolve a vida em sociedade, possibilita que as pessoas exponham suas ideias, ideais, necessidades e até divergências, sem obtusidade e animosidade, promovendo a coletividade e respeitando as individualidades, evitando o individua-lismo, o separatismo e a desordem social. Diz-se que gregos e romanos criaram a política, vide o livro “Política”, de Aristóteles, mas, encontra-se indícios dela também em civilizações antecedentes.

Política é a resolução de conflitos ou um conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos (SCHMITTER, 1965). “Arte do diálogo e da persuasão que objetiva o estabelecimento de uma relação mutuamente consentida e respeitosa; arte do convívio com o mínimo de conflito; busca permanente da harmonia e do equilíbrio na vida em sociedade” (Fernando Lobato).

BOM caráter realiza a política! MAU caráter realiza a histórica politicagem que gera as injustiças e desigualdades sociais - guerras, ditaduras, corrupção, impunidade, fome, mediocridade, massificação, alienação, fanatismo, fundamentalismo, ensino e educação precários etc - que provém e mantém os populistas, demagogos e oportunistas que poluem todos os extratos da sociedade e não apenas aqueles geralmente destinatários da maledicência popular...

 

José Carlos de Oliveira

 

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