Criaram dissidência em cima de dissidência. Desunidos em nome de Jesus!
Maria da Graça escreveu perguntando se Jesus era católico ou evangélico, porque ouviu um padre dizendo que ele era católico e ouviu um outro dizendo que naquele tempo não havia estes adjetivos.
De fato, no tempo de Jesus não se falava nestes adjetivos. No ano 101 já se conhecia a palavra grega: cat holos = para todos = católicos. Adjetivos devem ser usados com sabedoria. O adjetivo “cat holos, para todos”, foi usado por Santo Inácio de Antioquia por volta do ano 101.
Os adjetivos católico, evangélico, protestante, anglicano, luterano, batista, metodista, adventista e milhares de outras denominações vieram aos poucos, derivados de igrejas dissidentes umas das outras, e de afirmações que diferenciavam seu jeito peculiar de crer.
Os adjetivos eram como um selo de pertença.
Eu não ousaria jogar este adjetivo contra outras igrejas. Mais ofende do que aproxima. Confunde as pessoas. Jesus era Galileu. Isto está claro no Bíblia. O que ele queria era a unidade! O texto está no capítulo 17 do evangelho de João!
A oração sacerdotal que João registrou resume o projeto de Jesus para quem crê nele. Era sua oração de despedida: Jo 17, 1-26.
Mas, nestes 20 séculos, milhões de seguidores de Jesus criaram adjetivos que os distinguiam uns dos outros, e, às vezes, de maneira ofensiva. Não foi Jesus que criou a separação. Foram as igrejas e quase sempre por razões políticas.
Jesus orou ao Pai para que todos fossem um! Ele sabia como são o coração e a mente dos humanos.
Vivem em competição ao invés de viver em contemplação. Afinal, vivemos dizendo que adoramos o mesmo Jesus. Oramos, mas não praticamos!
Eu sigo os “padres apostólicos” dos primeiros séculos. Eles escreveram cartas e textos para explicar Jesus. E a palavra “cat holos“ (para todos, universal), inclusive, tornou-se o nosso adjetivo. O redil se separou em lotes e os pastores fizeram o mesmo: essas almas são da "nossa" igreja; raramente são de Jesus. Especialmente quando caluniam e deturpam os fatos para conseguir mais adeptos. Jesus mesmo nunca usou a palavra Javé. Então, não somos javistas. Somos cristãos! Cremos que ele é o Cristo! Jesus usava a expressão MEU PAI, VOSSO PAI, MEU E VOSSO PAI.
Os adjetivos com os quais as igrejas se caracterizam vieram muito tempo depois. Usar estes adjetivos para diminuir os outros crentes não é coisa de cristão.
Eu uso a palavra católico porque creio que esta palavra está ligada à oração “que todos sejam um“. O conceito era de UNIDADE. Era o que Jesus queria! "Cat holos": todos juntos!
Podemos pensar diferente, mas quando usamos estes adjetivos para ofender as outras igrejas estamos traindo Jesus. Ele queria a aproximação e não a divisão!
Pe. Zezinho SCJ (José Fernandes de Oliveira) - https://www.facebook.com/padrezezinhoscj
Escritor de mais de 300 livros, milhares de artigos e professor de comunicação, pioneiro e referência da música cristã; inúmeras dentre suas mais de duas mil canções (com letras sempre conforme a original doutrina cristã) estão entre as mais cantadas por católicos, evangélicos e outros, ainda que, geralmente, nem sequer saibam ser ele o compositor; foi considerado o padre cantor mais conhecido do mundo: feitos altamente notáveis, já que jamais se submeteu à mídia convencional, não fez e não faz média para agradar e tudo que arrecadou com seus livros, apresentações e discos foi e é destinado a obras sociais.
Profundo estudioso e disseminador da história e doutrina da Igreja e das religiões, defensor do ecumenismo, do diálogo inter-religioso e do respeito entre os diferentes.
NOTA DA REDAÇÃO: O CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - conic.org.br - convida a todos a se unirem neste momento ecumênico: Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC), que acontecerá de 12 a 19 de maio deste ano, oferecendo oportunidade valiosa para que pessoas de todas as denominações cristãs se unam em oração pela unidade e reconciliação.
O CONIC é um oásis quase desconhecido no meio do deserto da superstição, superficialismo, hipocrisia e divisão entre os cristãos, "em nome de Jesus"; que acontece também entre os de outras crenças, ateus e agnósticos, e contribui para a corrupção, injustiça e desigualdade. Quais sejam suas opções de fé, religião e espiritualidade, toda pessoa realmente honesta e sensata esforça-se para ser e promover a ética real: fundamento de toda religião promotora do bem e de toda pessoa de boa vontade!