Os pais eram líderes na paróquia. A moça foi para a universidade aos dezoito anos. Em dois anos estava dizendo que Jesus era uma fraude, que a Igreja Católica era opressora, e que casamento é coisa de burguês. Cursava direito.
Aconselhei os pais a não bater de frente com a nova historiadora e filósofa de vinte anos! Ela encontraria outros professores e outros colegas. E leria outros livros. E o encanto com sua rebelde professora de História se esmaeceria no decurso dos estudos.
E foi o que aconteceu. Aos vinte e um anos encontrou um rapaz que se encantou com ela e ela com ele. E ele era católico e lia muito.
Também ele não a contradisse. Estudioso de Psicologia e História, vivia entre livros. Mas o rapaz conquistou seu coração.
Um dia, conheceu os pais dele, suas duas irmãs que também eram estudiosas. Os pais eram professores universitários. Também ali, nenhuma discussão!
Foi ela quem, impressionada com ele e com a família dele começou a ler História. Conheceu os livros de Karen Armstrong e de Joseph Campbell e Christopher Dawson e Jacques Attali e Gilbert K Chesterton e Roger Olson e esquerdistas serenos: e eles existem!
Pela primeira vez tinha lido livros de Judeus e Católicos e Evangélicos sérios que sua professora nunca indicara, porque era esquerdista doente.
Com outras leituras ela mesma achou as informações que a ajudaram a escolher entre negar, duvidar e seguir em frente na construção de seu pensamento, agora, livre da influência da sua guru que odiava a religião burguesa.
É que nem os seus pais, nem os pais dele, nem seus novos amigos eram burgueses. Eram gente que não se deixava influenciar por militância nem de direita, nem de esquerda. Não viviam de frases feitas, nem de palavras de ordem de agitadores de esquerda e nem de direita. Eles pensavam!
Aliás, é para isto que a palavra “Universidade” existe: conhecimento universal e não conhecimento dirigido e sectário!
Estão casados e lecionam em duas faculdades, onde não fazem a cabeça dos jovens. Informam e ensinam a pensar, livres de ideologias massificantes. Nas aulas deles, os alunos pensam!...
Pe. Zezinho SCJ