O analfabetismo funcional está relacionado com a dificuldade de compreensão de textos, muito embora o indivíduo seja tecnicamente alfabetizado.
O analfabetismo funcional limita a capacidade de compreensão textual, assim como a realização de operações matemáticas mais complexas.
Você sabe o que é analfabetismo funcional?
São chamados de analfabetos funcionais os indivíduos que, embora saibam reconhecer letras e números, são incapazes de compreender textos simples, bem como realizar operações matemáticas mais elaboradas. No Brasil, conforme pesquisa feita pelo Instituto Pró-Livro, 50% dos entrevistados declararam não ler livros por não conseguirem compreender seu conteúdo, embora sejam tecnicamente alfabetizados. Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Paulo Montenegro e pela Ação Educativa, revelou dados da oitava edição do Indicador de Analfabetismo Funcional, o Inaf, cujos resultados são alarmantes.
De acordo com o Inaf, a alfabetização pode ser classificada em quatro níveis: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar (ambos considerados analfabetos funcionais), alfabetizados em nível básico e alfabetizados em nível pleno (esses dois últimos considerados indivíduos alfabetizados funcionalmente). Conforme a pesquisa, que aplica um teste avaliando as habilidades de leitura, escrita e Matemática, o domínio pleno da leitura vem sofrendo queda entre todos os entrevistados, tendo eles concluído o Ensino Fundamental ou o Ensino Superior. Os dados mostram que o problema do analfabetismo funcional deve ser levado a sério, pois a dificuldade de compreensão dos gêneros textuais, mesmo os mais simples e mais acessados no cotidiano, prejudica o desenvolvimento intelectual, pessoal e profissional do indivíduo.
Embora o número de analfabetos tenha diminuído no Brasil nos últimos quinze anos, o analfabetismo funcional ainda é um fantasma que atinge até mesmo estudantes que frequentam o ensino superior, desfazendo o mito de que ele estaria intrinsecamente relacionado à baixa escolaridade. As pesquisas desenvolvidas sobre o índice de analfabetismo funcional no país são de extrema importância, já que promovem o debate entre diversos grupos sociais responsáveis por desenvolver um novo parâmetro educacional a partir da discussão das causas e efeitos do Inaf.
Desenvolver métodos que priorizem o letramento é fundamental para que o analfabetismo funcional seja superado, e para isso é inquestionável a importância do trabalho conjunto entre pais e professores. Engana-se quem acredita que cabe somente à escola o papel de alfabetizar e letrar, visto que o letramento é uma prática presente em diversas situações do cotidiano, envolvendo não apenas a leitura tecnicista de textos, mas também o desenvolvimento da criticidade e capacidade de elaborar opiniões próprias diante dos conteúdos acessados. A aprendizagem deve ser universalizada, propiciando assim que todos os leitores atinjam o nível pleno da alfabetização funcional.
Luana Castro - Graduada em Letras/Brasil Escola
Provocação fraterna
E quando pais, empresários, pregadores, agentes públicos, radialistas, influenciadores digitais e outros agentes são analfabetos funcionais e digitais, não se tocam, não admitem, não buscam também eles se desenvolver e permanecem falando, escrevendo, pensando, fazendo e ensinando ou influenciando errado e precariamente?
O relatório anual “The Inclusive Internet Index 2019”, elaborado pela revista britânica The Economist, patrocinado pelo Facebook, mostra que no quesito de preparo, que abrange as categorias alfabetização, confiança e segurança no uso da internet e políticas de incentivo do uso da web, o Brasil figura nas posições 66ª, 21ª e 50ª, respectivamente.
No ranking da The Economist, quanto ao nível de confiança em informações compartilhadas em redes sociais, os brasileiros estão em 4º lugar e a Suécia está em 62º lugar... "Ou seja, ainda não somos alfabetizados quando o contexto é a confirmação da veracidade dos fatos noticiados no meio digital."
E apenas doze por cento dos brasileiros possuem o domínio pleno da capacidade de leitura e escrita... (Inaf)
Que lhe parece?
Sempre é tempo de perceber as nossas qualificações, limitações, acertos e erros e decidir, com fundamentação correta e vontade, começar a corrigir e evoluir!...
José Carlos de Oliveira