Marketing e história: entre a memória e a antevisão do futuro
Prever o futuro não é só adivinhação, é percepção - ouvir, sentir o momento e conectar-se com o que realmente importa
Por Administrador
Publicado em 24/07/2025 19:26 • Atualizado 24/07/2025 19:57
Formação profissional

Ao longo do tempo, o marketing deixou de ser apenas uma ferramenta de vendas para refletir a sociedade em que estamos e, muitas vezes, atuar como um agente de mudança. Compreender o  marketing é, de certa forma, entender a própria história — os hábitos de consumo, os valores culturais, as narrativas predominantes e as tensões sociais de cada época. 

 

O marketing como espelho da história 

 

Desde os mercados da antiguidade, passando pela Revolução Industrial até a era digital, o marketing sempre acompanhou os avanços tecnológicos e as mudanças sociais. Nos anos 1950, por exemplo, prevalecia a massificação — campanhas padronizadas em rádios e TVs para públicos amplos. Já nos anos 1980, o foco virou para o consumidor como indivíduo, e a segmentação começou a ganhar força. Hoje, com o uso de dados, algoritmos e inteligência artificial, o marketing está quase como uma cirurgia precisa. Porém, essa evolução não é só tecnológica. Cada transformação no marketing também reflete um momento histórico. As campanhas dos anos 60 e 70, por exemplo, muitas vezes estavam ligadas aos movimentos de liberdade e contra a cultura. 

O marketing feminista, ambiental ou inclusivo de hoje é fruto de pressões sociais acumuladas ao longo das décadas. Isso mostra que o marketing não apenas acompanha a história, mas também a registra. 

 

Marketing como ferramenta de previsão

 

Se o marketing reflete o passado, ele também ajuda a imaginar o futuro. Cada campanha é baseada em previsões — sobre comportamentos, desejos e tendências. Atualmente, essa previsão é auxiliada por tecnologias que analisam grandes volumes de dados em tempo real, descobrem padrões e sugerem caminhos. Mas, prever o futuro no marketing não é só uma questão técnica. É, sobretudo, um exercício de sensibilidade. Grandes marcas não apenas esperam o futuro acontecer: elas o criam. 

Quando a Apple lançou o iPhone, não havia um mercado esperando por um smartphone assim. Ela antecipou uma necessidade que o público ainda nem tinha consciência. O mesmo acontece com campanhas que innovam ou criam novos padrões de consumo. Assim, o marketing não só prevê: ele ajuda a moldar o que virá. 

 

Entre o passado e o futuro: o presente estratégico

 

Viver o presente com consciência histórica e visão de futuro é o maior desafio do marketing atual. É preciso entender o que já foi feito, o que deu certo, o que gerou crises — para, então, ousar e propor novidades. O marketing de hoje é dinâmico, fluido, feito com atenção às mudanças e respostas rápidas. Precisa ser ético, estratégico e humano. A história nos ensina que os melhores resultados no marketing não vêm só de vender muito, mas de construir histórias que duram. Prever o futuro não é só adivinhação, é percepção — ouvir, sentir o momento e conectar-se com o que realmente importa.

 

Lucas Prudêncio - graduado em Administração de Empresas e licenciado em História, com MBA em Marketing e pós-graduação em Cooperativismo e Associativismo; diversas especializações, entre elas, Metodologia do Ensino de História, Gestão e Tutoria em Educação a Distância, e Docência no Ensino Superior; professor na FASEC, tendo também lecionado na UECE, no IVA e na Unibrasil; combina sólida formação acadêmica com experiência prática, refletindo um perfil multidisciplinar e comprometido com a transformação educacional; tem como principais áreas de interesse as tecnologias emergentes na educação, o futurismo, a criatividade e a inovação nos negócios, além de História e Cultura Contemporânea; em suas aulas, valoriza o diálogo, a reflexão crítica e a construção coletiva do conhecimento, acreditando que o saber é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento pessoal e social.

 

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