Selecionadores de pessoal têm o mesmo propósito e variações na realização dos seus serviços. Em havendo legalidade e respeito, tais variações são justificáveis.
Entrevistar cada candidato antes de cadastrar seu currículo permitiria acrescentar observações e informações que facilitassem a que fossem chamados para eventual oportunidade aqueles com maiores chances de acerto. São tantos candidatos que fazer isso – com mesmo tempo, atenção e critérios para todos – é impossível.
O currículo antecede ao candidato e objetiva fornecer seu perfil para o selecionador e empregador. Quanto melhor elaborado, maiores as chances de convite à entrevista preliminar, quando e se surgir vaga compatível. A cada entrevista o candidato mostrará se corresponde ao que escreveu; e assim será em cada etapa do processo seletivo, visando convergir qualificação e adequação.
O currículo já tem um sucessor e nem é absolutamente indispensável quando se pensa contratar alguém, mas, continuará requisitado e importante. Ainda tem gente que sequer pensa em elaborar o próprio currículo, o faz de modo sofrível, ou, acertado e em nada diferenciado.
O que se insere ou deveria inserir naquele documento é um resumo coerente duma verdade positiva, a ser tida por atraente, oportunamente, por um selecionador. Facílimo concluir quais currículos hão de ser capazes de gerar entrevistas e para mais e melhores oportunidades, conforme surjam.
Currículo e "curriculum vitae" são a mesma coisa, seja escrito em português ou em latim. Significam trajetória da vida. Se for escolhido escrever "curriculum vitae" é adequado fazê-lo em itálico, sublinhado, negrito ou entre aspas, indicando que é expressão em outro idioma. É errado escrever currículo vitae.
Pode-se, porém, estabelecer uma diferença: currículo, vida profissional; "curriculum vitae", toda a vida. Currículo é mais simples, breve resumo da carreira profissional, numa página ou duas, no máximo. "Curriculum vitae" é mais elaborado e detalhado também quanto ao histórico e formação pessoal, podendo vir a ter algumas páginas e devendo ter uma ou duas, preferencialmente. A depender dos critérios e interesses do selecionador e do empregador, um pode ser mais adequado que o outro, entretanto, ninguém diz se quer este ou aquele, nem se pensa a respeito e tampouco se há diferença; cabe ao candidato vencer o desafio de perceber e acertar no registro das suas experiências, cursos, características, habilidades e pretensões.
De modo geral, que a quantidade de informações caiba no currículo – uma ou duas páginas; e exista diferencial compatível também com o "curriculum vitae" – sua formação pessoal.
É erro mortal achar que currículo se elabora em minutos à frente dum computador ou preenchendo as velhas fichas de solicitação de emprego. Terceirizar a elaboração do próprio currículo ou buscar ajuda ao fazê-lo é ou poderá ser tido por aceitável em algumas circunstâncias; e noutras poderá ser altamente deletério. Se houver as dispensáveis obviedades e previsíveis omissões, exageros e mentiras típicas dos medíocres, tanto pior: equívocos que a maioria insiste em cometer e inúmeros entendidos de meia pataca teimam ensinar, alguns até com boas intenções (*).
O currículo se elabora ao longo da vida profissional – e pessoal. Será notável, ainda que sujeito a erros, dúvidas e injustiças, quanto mais haja indiscutível presença e prevalência de qualificações e experiências
marcantes (estas, possíveis também aos que buscam o primeiro emprego). A destacável e incomparável construção do seu currículo é mais que a passagem por empresa grande e conhecida, que a posse dum sobrenome bonito ou famoso, que a obtenção de certificados de técnico, tecnólogo, graduado, especialista, mestre; que serviços e funções comunitárias, eclesiais leigas e clericais; que seguir roteiros dentre os fartos em artigos, no rádio, televisão e internet, por exemplo.
Conheço e escutei à exaustão argumentos contrários a estes. Vários têm lá sua razão (pelo menos, nos casos de gente contente com seus empregos ou empreendimentos). Porém, geralmente, são desculpas ou apologia e demonstração cabal de mediocridade. Enquanto até gente séria e capaz desperdiça seu tempo a reclamar das injustiças que acha ou realmente sofreu, e é igual a vários tão bons quanto, outros, mesmo feridos na mente, no coração e no bolso, fazem dos infortúnios lições, saem da mesmice, aprendem, desenvolvem e inovam.
É uma temeridade contar apenas com indicações de parentes, amigos etc; tramar casamentos de conveniência e torcer por heranças e loterias. À parte das variáveis típicas de um mundo injusto e desigual, tende a angariar êxito em suas empreitadas quem realmente tem as qualificações e adequações inerentes ao meio e nível profissional no qual se está ou se pretende inserir, e qualificação pessoal real e notável: é acessível a todos, mas, cada vez menos pessoas se submetem às maravilhas desta riqueza inesgotável, tão antiga quanto vanguardista. Ora, então, é farta a escravidão à já citada mediocridade, não percebida ou aceita passivamente pela maioria das suas vítimas; só que permanece farta a gama de oportunidades para a construção dos melhores relacionamentos e atividades: é possível perceber a diferença entre mediocridade e notabilidade e é preciso escolher!
Em tempos de gente cada vez mais virtual, se fui bem sucedido nestas ponderações, você entendeu que sugeri algo plenamente real e que envolve toda a sua vida, mesmo que eventualmente resumida numa ou duas folhas de papel, numa tela ou na ‘nuvem’…
(*) Escrever o nome do documento (que por si só mostra ser um Currículo); dizer ser pró ativo e saber trabalhar em equipe (como se fosse diferencial, quando é o mínimo esperado de qualquer novato - e, em verdade, muita gente ainda não é e não sabe); mentir ser fluente num segundo idioma (e sendo ainda tosco na escrita e fala do idioma pátrio); omitir ou inventar referências pessoais e profissionais (que dizer desse mentiroso e tolo?), dentre outros erros ou ações superadas etc.
Currículo ou "Curriculum Vitae" escrevi e foi publicado em 12 de abril de 2010. Outro artigo que parece ter sido escrito hoje...
Estudantes com real e consistente aproveitamento, potenciais futuros profissionais de verdade ou já em tal condição e em permanente processo de desenvolvimento sabem muito bem ou logo vão aprendendo o que é "currículum vitae", currículo ou currículo lattes, currículo cronológico, funcional e cronológico/funcional, portfólio, perfil do profissional e perfil da função, entrevistas, dinâmicas de grupo e provas situacionais.
Embora tendam a ser os que menos precisem delas, se valem dos serviços das agências e assessorias de recursos humanos - e vão identificando as que de fato correspondem e o que são meros serviços de encaminhamento (que, a princípio, nem é negativo, é só o que é: um atendende que confere documentos, lê resumo da vaga, formaliza ida do candidato à empresa contratante ou até se faz preposto dela, mas, em geral, não tem preparo e até autonomia para concluir com razoável precisão se existe suficiente qualificação e adequação - esta, geralmente, ignorada, e ambas por vezes confundidas).
Logo vão construindo e usufruindo as riquezas do network e networking, desenvolvendo constantemente as suas hard e, especialmente, soft skills. Potencializarão sua inteligência emocional e racional, com o cultivo de hábitos e virtudes tais como leitura e escuta empáticas; igualmente, quanto à evoluírem do fazer para o agir, da ação para a atitude, da prática para a práxis, do desejo para a vontade, do status para o caráter.
Dos vinte e quatro aos cinquenta e poucos anos de idade minha vida profissional foi focada em todas as áreas envolvidas no recrutamento, seleção, contratação, manutenção e qualificação pessoal e profissional. Optei por passar a focar exclusivamente o incentivo à qualificação real e diferenciada (não confundir com títulos, cargos e certificados fáceis de conseguir e difíceis de corresponder): cada vez mais procurada e menos encontrada.
Se você não sabe do que se trata parte do que citei aqui, tudo bem: eu e você não sabemos tudo e jamais saberemos; e quando sabemos, nem sempre obteremos o melhor proveito...
Se você não está entre os que me dão a honra de ler, escutar ou assistir os conteúdos que ofereço, experimente: não concordará e nem entenderá tudo, porém, vai que algo venha a lhe ajudar?
Se achar que estou aquém das suas aspirações, tudo bem também. Escolha fontes melhores. Só não fique parado: é uma temeridade cada vez maior neste mundo altamente competitivo, injusto e desigual, e, no entanto, repleto de oportunidades!
Grande e fraterno abraço!
José Carlos de Oliveira