Por que não abrir um negócio com alguém da família?
Formação profissional
Publicado em 23/05/2024

Se como opção você considera a criação de um novo negócio, surge uma importante dúvida: quem será meu sócio? Como resposta, é comum que uma pessoa da família seja escolhida, posto que, em tese, traz com ela um dos critérios mais importantes: a confiança.

Atualmente, as empresas familiares representam uma parte significativa no conjunto de empresas privadas existentes no país e no mundo. Há muitas empresas familiares de sucesso – alguns dos maiores empreendimentos internacionais foram estruturados dessa forma. No entanto, as empresas familiares costumam também ser caracterizadas pela presença de conflitos entre os sócios, dificuldades para a transferência de comando (sucessão) e profissionalização por vezes insuficiente.

Quando falamos sobre profissionalização, não quer dizer substituição total dos parentes por pessoas de fora. Pode haver membros da família que sejam qualificados e competentes para o exercício da atividade profissional.

Identificar estes conflitos é importante, mas conhecer suas verdadeiras causas é o que pode colaborar para a sua redução.

Minhas pesquisas indicam que 85% das empresas familiares têm conflitos, muitos deles abafados.  Com o tempo, a prática de ignorar as discordâncias faz com que elas aumentem e fiquem incontroláveis – a companhia acaba sofrendo as consequências e pode até desaparecer.

Identificar estes conflitos é importante, mas conhecer suas verdadeiras causas é o que pode colaborar para a sua redução. Somada a esse conhecimento entra a comunicação intensa entre os familiares e a criação de regras claras de convivência, que precisam ser aceitas por todos.

Ter uma empresa pode trazer um grande orgulho para os integrantes da família, além de ser muito importante para a economia do nosso país. Porém, dentro da dinâmica desse tipo de companhia, alguns aspectos devem ser observados de perto: sucessão, conflitos, desenvolvimento dos familiares, sócios, herdeiros e sucessores; centralização dos fundadores, relacionamentos familiares, estratégia, gestão e governança corporativa.

Pode parecer estranho falar sobre outras possibilidades de carreira para pessoas que estão trabalhando nas empresas, mas é algo pertinente no momento atual. E você deve lembrar que pode ser líder na sua própria empresa ou, porque não, líder de si mesmo. Um plano B deve sempre existir sem que você deixe de focar plenamente no plano atual, pois ter muitos focos não o permitirá ser pleno nas suas atividades – o que, certamente, reduzirá sua qualidade de entrega.

 

Armando Lourenzo

 

Doutor e Mestre em Administração pela FEA USP. Pós Doutorando em Administração pela FEA/USP. Pós Graduado em Filosofia pela PUC. Diretor da Ernst & Young University. Presidente do Instituto Ernst & Young. Professor da FIA, USP (PECEGE) e Casa do Saber. Colunista da revista Você SA (versão digital). Palestrante. Autor de artigos e livros na área de negócios. Palestrante em eventos nacionais e internacionais. Premiado como um dos três melhores Learning Leader of the year nos EYU em 2016, 2017 e 2018. FOTO: créditos para Adobe Stock

 

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