Afinal, qual será o segredo para ter desempenhos acima da média, de maneira consistente e a longo prazo?
Quase todos os dias vejo teorias e métodos infalíveis para ter o famigerado sucesso! Porém, acredito que essa é uma das poucas palavras que não tem um sentido único para falantes da mesma língua. Eu mesmo poderia subdividir esta palavra em várias, por exemplo:
Iniciativa;
Performance;
Constância;
Consistência;
Resultado;
Estabilidade etc.
De tudo que eu já vi e ouvi, nos meus poucos anos de experiência, transcende o mito da “alta” performance. Mas, afinal, qual será o segredo para ter desempenhos acima da média, de maneira consistente e a longo prazo? Em outras palavras, como atingir o “sucesso” e me manter neste lugar?
Por mais antagônico que seja, as novas gerações não sabem competir e o pior, estão mais em busca de audiência e visibilidade do que de conhecimento e relevância. Estamos vivendo em uma era onde a “régua do desempenho” está cada vez mais se “nivelando” por baixo. Nestes novos tempos de métricas baixas, quem está na média “passa de ano”. Ou seja, confunde claramente estar na média do resultado com o que é mediano, e, me desculpem as palavras, para mim isso é medíocre.
Mas, calma, não estamos aqui discutindo a filosofia da matemática, pois é comum confundir a média com a mediana, especialmente quando se trata de interpretar o conceito de influência social. Muitas vezes, somos levados a acreditar que somos a média das pessoas com quem mais convivemos, o que implica que, se não contribuirmos constantemente para elevar essa média, a mediana tenderá a ser mais baixa a longo prazo.
Por exemplo, se considerarmos um grupo de pessoas com diferentes níveis de habilidades ou realizações, a média pode ser afetada significativamente por um pequeno número de indivíduos com valores extremamente altos ou baixos. No entanto, a mediana, que representa o valor central, pode não ser tão influenciada por esses extremos, mostrando uma medida mais estável e representativa da situação geral. Essa dinâmica destaca a importância de compreendermos tanto a média quanto a mediana em diferentes contextos, especialmente quando se trata de avaliar nossa posição em relação aos outros.
Tendo consciência desta realidade, abre-se uma oportunidade interessante para os indivíduos que buscam se destacar no mercado. Por isso que afirmo: nunca foi tão fácil estar acima da média.
Os executivos que eu mais admiro estão jogando o jogo do desenvolvimento pessoal e, neste lugar, entenderam que só consegue “passar de fase” no mundo dos negócios quem está com o modo “Lifelong Learning” ativado, pois diversas teorias têm surgido para orientar a jornada em busca de novos conhecimentos. Josh Kaufman, autor do Manual do CEO, também escreveu o livro “The First 20 Hours”, em que propõe a ‘Regra das primeiras 20 Horas’ como o ponto de partida para a aquisição de competências básicas. Mas será que o básico é o nível desejado?
Estar acima da média, hoje, requer 20 minutos de dedicação! Gosto tanto de matemática que, com ela, pude entender que, se você dedicar 20 minutos do seu dia a estudar, no final de 100 dias terá acumulado mais de 33 horas de dedicação e aprendizado. Quem está disposto a ter essa rotina vai estar acima da média em apenas 100 dias. Em 300 dias, 3 ciclos de 100, são 100 horas de aperfeiçoamento. Imagine o resultado a médio e longo prazos!
A grande pergunta é: em que nível você quer estar? Junto com o enorme grupo de medianos, no grupo acima da média ou entre os 3 % melhores?
A transição entre o acima da média e o excepcional está na dedicação extra e consistência. Já ouviu falar na regra das 10 mil horas de Malcolm Gladwell? No livro “Outliers: The Story of Success”, ele sugere que para ser especialista em qualquer coisa você precisa de 10 mil horas de treino e dedicação.
Foi assim com a jogadora de basquete da seleção brasileira Hortência Marcari, que, além dos 6 treinos semanais com a seleção, tinha a meta pessoal de fazer mil arremessos na cesta por dia. O mesmo aconteceu com a banda The Beatles. Na década de 60, os rapazes tocaram por 4 anos, uma média de 7 horas por dia, em bares e clubes de Hamburgo e Liverpool.
Como conselheiro de negócio, posso afirmar que existem características comuns entre aqueles que pertencem ao seleto grupo dos 3% do topo. O primeiro diferencial é que eles fazem algo que gostam e são obcecados, no bom sentido da palavra. Além disso, sabem definir metas realistas, criam planos de estudo e praticam o que aprenderam sem medo de errar, pois aprendem com os erros.
Eles sabem a importância de um mentor, um professor, e entenderam que é preciso ser um eterno aprendiz. Com quem eles andam? Entre eles! O grupo a que você pertence impacta, e muito, nos seus resultados. Faça parte de uma comunidade com pessoas que tenham o mesmo interesse que você e crescem quando compartilham o que sabem. Para reforçar os alicerces do sucesso é preciso tudo isso, somado a boas doses de resiliência e consistência.
E é por isso que, mais uma vez, afirmo: nunca foi tão fácil estar acima da média. Basta ter a consciência de que ter sucesso é trabalhoso e o que vai defini-lo é o quanto dele você está disposto a conquistar!
Edson Mackeenzy
Educador, radialista, facilitador de imersões, autor best-seller com 4 livros publicados e 2 vezes TEDxSpeaker. Especialista em Investimento Anjo pela FEA/USP, é conselheiro de negócios. Atuou como diretor no fundo de investimentos americano The Venture City, na Bossa Nova Investimentos, e é fundador e CEO do Videolog.tv, a primeira plataforma global de compartilhamento de vídeo. Desenvolve e colabora com vários programas de aceleração e fomento à inovação em toda a América Latina. Venceu como melhor mentor de negócios do Brasil no prêmio #StartupAwards e é reconhecido como um dos empreendedores mais influentes do país.