A distinção entre música clássica ou erudita e música instrumental passa pelo entendimento de certas particularidades de cada gênero.
Primeiramente, é necessário entender como se pode definir música clássica. A música clássica pode ser entendida como um gênero de música erudito, que se caracteriza por apresentar uma instrumentação complexa e por ser executada em formato de sinfonia, ópera ou outros recursos de desenvolvimento musical.
Apresentando diferentes definições, a música clássica pode fazer referência à produção musical de uma determinada região ou país em específico, como a música clássica romena, por exemplo, ou pode ainda dizer respeito à produção musical ocidental de um certo período de tempo.
Mais precisamente, qualquer atividade musical que tenha se utilizado de instrumentos diferentes, arranjo de instrumentos e produções vocais durante o período entre 1750 e 1820 é compreendida como música clássica. Dentre os grandes compositores dessa época, e considerados nobres representantes da música clássica, estão Mozart e Beethoven.
Características típicas
São tidas como características típicas e que marcam as músicas eruditas a instrumentação diferenciada, com o predomínio de variados instrumentos, em que as orquestras reproduzem as músicas clássicas; e os processos de execução mais sofisticados e complexos, pois as músicas clássicas são compostas por sinfonias, óperas e sonatas.
A forma como os espetáculos musicais clássicos são apresentados também é diferenciada, com os concertos sendo mais formais e solenes do que aqueles de música popular.
Instrumentos
Uma das principais diferenças entre a música clássica e a música instrumental tem relação com os instrumentos utilizados.
Como mencionado, pode-se entender como música clássica toda música escrita antes do início do século XX e que possa ser executada por uma orquestra ou banda sinfônica.
A música clássica pode ser representada por óperas, solos, além de pequenos arranjos para orquestras de câmara, quartetos, quintetos ou trios.
Os instrumentos mais utilizados para tocar música clássica são o piano, o violino e a viola de arco, a harpa, bem como flautas e trombones. Quando todos eles são executados em conjunto, cabe ao maestro fazer a regência da performance, garantindo que os sons estejam em harmonia.
Já instrumentos como guitarras elétricas, sintetizadores, entre outros desenvolvidos depois do século XX são característicos da produção de música instrumental, e não clássica.
Definição de música instrumental
Em uma definição rigorosa, a música instrumental é toda música tocada apenas com instrumentos, sem voz e sem cantos. Ou seja, qualquer música composta sem vocais é uma música instrumental.
Embora alguns especialistas considerem a voz humana como um instrumento, outros interpretam que a execução de uma música clássica sem canto já poderia ser considerada como música instrumental, pois ambos os gêneros são produzidos com instrumentos.
De qualquer forma, mesmo quem entende que a voz pode ser incluída dentro do conceito de música instrumental reconhece que muitos grupos modernos não podem entrar na classificação de grupos instrumentais.
Também é importante destacar que algumas trilhas instrumentais contemporâneas, embora evoquem a era clássica e possam soar como músicas clássicas, não podem ser classificadas como tal, porque foram escritas após o século XX.
Desse modo, a música instrumental se diferencia da música clássica por poder abarcar diversos ritmos e gêneros modernos, como músicas pop, samba, blues, rock, entre outros.
Márcio Miranda Pontes - SABRA - Sociedade Artística Brasileira